segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Passou doidinho, em uma vulpa só.
Vento quente com cheiro de cipreste. Arrastou o pensamento para um lugar difícil de voltar.
Dos tempos em que os homens contavam histórias em volta das fogueiras pouco sobrou. Hoje a vida flui mais fina.
Bellum.
Vibra, vibra como a pele de uma bexiga de aniversário tangida pelas unhas finas da madrinha do aniversariante.
São Jorge, meu guerreiro, santo e protetor.
Quando os teclados não eram mais suficientes, muitos gênios conceberam soluções inimagináveis.
Os muros da lembrança.
A força do bruto está, outrossim, no tédio do seu olhar.
Florea carminea
O instante em que a mancha rubra se espalhava pelo couro supratavolar.
Azelea sinensis
Abstrato, um prato que se come frio.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

As formas plenas se manifestam por toda a parte em que a imaginação unge a realidade.
Arde como a chama que espirra do barro que incandesce na olaria de Teseu.
Oriunda da procela, surgiu da mesma forma que espariu. 
Ah, esse recôndito domo que outrora fermentou nossos sonhos...
A inefável aparição do infante iluminado.
A intimidade dos brutos relacionada com as pontes de conceitos.
Zímio amaldiçoado que me acompanha a cada passo. Ri quando tropeço, gargalha quando caio. Quando durmo repousa. Na aurora recomeça.
E foi dito que a palavra purificaria. Por isso escrevemos.
É essa urdidura que inebria os olhos dos comuns e liberta os cansados do fardo da esperança.
E assim ele aprendeu o primeiro passo.
Thomanatu e sua benfazeja presença iluminada. Venha e abra os nossos caminhos!
Vagando seminu pela praia encontra-se a esfera da solidão. Dalí viemos e por lá iremos. Não fui eu que inventei e não tem quem negue.
Existe uma forma de, a todo tempo, manter a sensação de contínuo controle do mundo. Seja onde for.
A ira incontida de coisas do mar.
O relatório formigal 768-77/ab.
Os primeiros passos da segunda infância. Ou, do carinho que teus pés fizeram no meu dorso arenoso.
Espanta tudo aquilo que atrapalha. Foge de todo aquele que te persegue.
O entrelaçamento dos opostos.
O pagode do espírito menino. Lugar de proteção dos viajantes e pobres de espírito.
A musa das linhas tortas.
Lembra? Foram aqueles dias em que o azul do céu vibrava intensamente e os nossos pensamentos sublimados tomavam a forma de mórulas.
Regurgitando a apatia das segundas feiras.
Lagustae definatus
Flagrante da emancipação hepática de uma caldeirada de barro.
A minha guernica.
É possível provar que os raios solares tem o poder de adstringir as fibras dos acontecimentos.
O exato momento em que a decisão errada foi tomada.
No limite da linha divisória entre o sonho e a realidade.
Quando o elemento tácito da transformação assume a posição que lhe é destinada.
A feérica vibração do momento de êxtase.
A tendência do crescente acúmulo de preocupações dos cíclopes.
Cornija desbotada de Felsina.
Tantalizados diante da vergonha da própria cobiça. Ou da oportunidade de fuga diante da imbecilidade alheia.
O chupim, a ave que inspira as ações soberanas dos esfomeados.
A vaga lembrança de um lugar que nunca fui.
O espanto da cabeça da vitória arrancada pelas garras do desterro.